Você, que tantos
desuniu, pois enquanto alguns afirmaram não perder um episódio de sua série,
outros mentiam dizendo que não gostavam de você. E há, é claro, os que
simplesmente o ignoraram.
Você, que foi capaz de
pôr sedativo no café de seu melhor amigo para injetar nele a primeira dose de
quimioterapia sem que ele concordasse, só porque precisava dele por mais tempo
vivo.
Você, que tirou o
respirador da boca de um paciente em agonia, para que ele confessasse uma
verdade de que você suspeitava, e assim pudesse curá-lo, segundo seus delírios
e prepotência. Sim, naquele episódio, você o curou.
Você, que foi
planejado pela TV norteamericana, mas é um inglês, e por isso posso dizer que o
adoro.
Você, House, por quem
me apaixonei perdidamente, mais do que por Marcos Paulo na telenovela
Carinhoso, mais do que pelo Capitão Nascimento em Tropa de Elite 2 ou Andy
Garcia em Modigliani, mais do que por Jorge Aragão e sua banda tocando a Ária
da Corda Sol ou o personagem sueco de A Delicadeza do Amor.
Bom, quanto ao Andy
Garcia... everybody lies.
Você! Que pica uma
bolinha no chão do consultório enquanto tenta encontrar um diagnóstico para uma
criança moribunda.
Você, que chega em
casa às cinco da manhã do hospital, senta no piano e toca “I’m sentimental/so I
walk in the rain...”
Você, que manda sua
equipe arrombar a casa do paciente usando os conhecimentos de ex-marginal de um
de seus médicos, para que descubra na rotina do doente algo que possa
solucionar o que parece insolúvel.
Você, que é o
contrário da letra de My Way, embora pareça ser seu sinônimo.
Você, Greg, viciado em
vicodine, que tem um buraco na perna e manca como Carlitos mancaria se fosse
manco.
Você, que afirma ser a
pessoa mais perturbada do mundo.
Você, que disse a
Cuddy: “Eu fiz coisas horríveis para você. E vou fazer de novo. E então, você
vai ver que eu não mudei.”
O homem a quem dá vontade de gritar: desumano!
Você, que não quer
evitar, que não pode evitar, ser quem é.
“My life is pain. It
has changed me. It made
me a harder person.”
Eu não sei como vai
ser minha vida sem você, House. Só sei como ela foi até agora.